quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Algarve: Lar da Mãe está a funcionar e tem acolhido mulheres


O presidente da Caritas Diocesana do Algarve, explica que o Lar da Mãe, uma das valências daquela instituição, tem servido para acolher as mães que procuram aquele apoio nas mais “diferentes situações sociais, económicas, e até físicas”, “vítimas de violência, de maus tratos ou de abandono familiar” e “outras que não aceitam o aborto”.Carlos Oliveira, que garante terem sido acolhidas directamente cerca de uma dúzia de mulheres no presente mandato, explica que “este trabalho é feito debaixo de um certo sigilo”. “Não nos colocamos na postura de divulgar cada vez que temos uma mãe”, sublinha, advertindo que “este trabalho que é feito com pessoas, vítimas de violência, tem de ser feito com muita cautela”. Fazendo questão de sublinhar que a prioridade da Caritas do Algarve é fazer com que o problema seja solucionado sem que haja necessidade de recorrer ao internamento, o presidente da Caritas refere que foram muito poucas (cerca de 4 ou 5) as mulheres que permaneceram no Lar da Mãe até ao termo da gravidez ou mesmo até depois. “Temos feito com que todas sejam integradas no seu ambiente familiar”, esclarece, explicando que o Lar da Mãe acolhe as mulheres desde que se confirma a sua gravidez até 4 meses depois do nascimento da criança.
Neste sentido, aquele responsável destaca as situações, não contabilizadas nas utentes acolhidas no Lar da Mãe, que foram solucionadas sem que fosse necessário o internamento. “Não temos gosto nenhum em tê-las em casa, se conseguimos resolver o seu problema logo à partida”, reforça, salientando que o Lar da Mãe “é uma casa para resposta às situações emergentes que no imediato não conseguem ser solucionadas”. Também ainda neste contexto, o presidente da Caritas algarvia lembra que “o Lar da Mãe apoia as mães grávidas ou não grávidas que tenham bebés” e “não atende apenas as que ficam internas, mas também as que passam por lá e precisam de ser ajudadas”, por exemplo com géneros. Carlos Oliveira elucida que as mulheres “chegam por via de informações de alguns cristãos e de algumas comunidades religiosas e através do SOS Vida”, outra valência da Caritas algarvia. “Continuam a chegar mulheres por via do SOS Vida, não tantas como chegavam, porque tínhamos um homem, a quem se deve dar o valor devido – o padre Jerónimo Gomes –, que trabalhava 24 horas para aquele serviço, e que, com a reformulação que foi necessário impor, passando a depender da Caritas, o trabalho não tem uma amplitude tão grande”, justifica. Para além de dois directores da Caritas responsáveis pelas valências do SOS Vida e o Lar da Mãe, cada um com um telemóvel para atender casos urgentes, estes serviços contam ainda com um conjunto de técnicos voluntários, que Carlos Oliveira diz serem psicólogos, médicos, enfermeiros, advogados, profissionais de serviço social e educadores de infância. No entanto, o presidente da Caritas reconhece que, para garantir uma atitude mais activa na identificação dos casos de risco, os recursos humanos precisam ser ampliados. “O quadro humano existirá quando o quadro físico estiver construído. Neste momento estamos em instalações provisórias e só podemos acolher pessoas com mais de 18 anos que assinam um termo de responsabilidade a dizer que querem ficar no Lar da Mãe”, esclarece, apontando as limitações actuais.
Neste contexto, Carlos Oliveira recorda que só deverá ser possível acolher menores e receber apoios do Estado quando a nova sede do Lar da Mãe, construída de raiz, obedecer às exigências da legislação. “Os apoios que temos, tem sido da generosidade dos cristãos e do povo algarvio e até de outras partes do País”, frisa o responsável da Caritas algarvia. Sobre a campanha a favor da construção do novo edifício, lançada no âmbito da peregrinação da imagem peregrina de Nossa Senhora de Fátima ao Algarve, Carlos Oliveira diz que será um compromisso resultante da passagem da imagem mariana. “É um compromisso da comunidade cristã e não só, porque a imagem peregrina não arrasta consigo apenas os cristãos, mas também uma multidão de pessoas que estão afastadas da Igreja e que pela sua presença aceitam também este desafio da Igreja do Algarve”, refere, acrescentando que “é necessário que permaneça uma marca indelével da passagem da imagem”.

Nacional Diocese do Algarve 26/02/2008 15:15 4254 Caracteres

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segunda-feira, 25 de fevereiro de 2008

"Quando ele viu o que o aborto tinha feito ao filho e caiu literalmente de joelhos no meio da rua e chorou desalmadamente", via Infovitae 21-02-2008

Querido Amigo,


Um dos nossos amigos do Priests for Life contou-me hoje de manhã uma história magnífica. Ele esteve num moinho de abortos durante o fim-de-semana. Um homem, cujo filho estava a ser abortado lá dentro, voltou para vir buscar a mãe da criança, e um dos aconselhadores que ali estava mostrou-lhe um dos diagramas que distribuímos, que mostra o procedimento do aborto.


Ver: www.priestsforlife.org/resources/medical/suctionexplanation.htm e www.priestsforlife.org/resources/medical/deexplanation.htm.


Quando ele viu o que o aborto tinha feito ao filho e caiu literalmente de joelhos no meio da rua e chorou desalmadamente. Os agentes da polícia tiveram que ajudar a levantá-lo.Amigos, temos que despedaçar o coração das pessoas no que diz respeito ao aborto. Também temos que nos lembrar, uma e outra vez, do poder destas imagens perturbadoras. Nunca duvidem que elas funcionam para acabar com a negação e para trazer penintência e conversão.

por Pe. Frank Pavone

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

In Familia quer abrir gabinete de apoio à vida, in Agência Eccleisa 22.02.2008


A Associação In Familia tem como prioridade concluir a instalação da sua sede, mas os objectivos são mais ambiciosos, passando pela criação, até 2010, de um gabinete de apoio à vida.

Estas são as metas delineadas pela primeira direcção, que foi eleita no passado dia 10 de Fevereiro. Desde a sua constituição, em Maio de 2007, a In Familia estava a funcionar com uma Comissão Instaladora.

Neste acto eleitoral foram escolhidos os membros da Assembleia Geral, presidida por Félix Aguiar, do Conselho Fiscal, encabeçado por Augusto Machado, e da Direcção, presidida por Fernando Almeida.

Com um mandato de três anos, a nova Direcção da In Familia pretende concluir a instalação da sua sede, situada no 3.º andar direito, sala 4, do edifício 2-A, da rua de Santa Margarida, em Braga. A inauguração acontecerá brevemente e constituirá o primeiro acto oficial dos novos orgãos. Para já, o processo ainda está em curso, mas o local já está «suficientemente confortável» para acolher os sócios. A equipa directiva coloca no topo das suas prioridades a realização, a partir de meados deste ano, de um curso de formação de 100 horas, destinado a colaboradores da associação e versando sobre os temas da “Vida, Família e Responsabilidade Social”.

Os objectivos delineados para o triénio 2008-2010 passam igualmente pela criação de um gabinete de apoio à vida, através da colaboração voluntária de profissionais de diversas áreas, como assistentes sociais, médicos e juristas.

A realização de intervenções de carácter formativo junto de estabelecimentos de ensino e de associações de pais e uma intensificação da intervenção pública em jornais ou outros meios de comunicação social da região, com uma frequência mensal, a par da colaboração com movimentos congéneres em acções de âmbito nacional, são outras das metas.

A In Familia teve origem no “Minho com Vida”, um movimento que se bateu pelo “não” no referendo ao aborto, elegendo a vida, a família e a responsabilidade social como os seus pilares fundamentais. Os primeiros nove meses de actividade foram marcados pela realização da I Convenção Minhota pela Vida e pela Família, em Junho, e dos “Sábados In Familia”, uma série de palestras sobre temas relacionados com a família e educação.

Nacional Diário do Minho 22/02/2008 10:23 2363 Caracteres
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quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

A diferença entre um direito e um bebé, João César das Neves in DN 18.02.2008

Há uma semana, no dia 11, passou o aniversário do referendo ao aborto. Como se esperava retomou-se um pouco o debate acalorado de há um ano, com opiniões, números, críticas. Mas em geral passou despercebida a grande diferença actual entre os dois campos.Após apenas 12 meses as organizações pelo "sim" desapareceram quase por completo. Aliás nunca foram muitas, pois o campo era liderados por partidos. Essa ausência parece natural. Ganharam, mudaram a lei, descansam.E não estão ociosas. Vamos vê-las em futuras lutas, da eutanásia e procriação assistida ao casamento de homossexuais. Mas aborto é tema passado.
Do lado do "não", pelo contrário, um ano após a derrota de 2007 e dez após a vitória de 1998, a actividade é mais intensa que nunca, com novos dinamismos e instituições. Os jornais não ligam muito e o Estado, que financia largamente o aborto, pouco ajuda estas organizações de apoio. Mas os movimentos pela vida mostram tal exuberância e dinamismo que até parece terem ganho.
Esta diferença entre os grupos tem uma razão profunda, que vem da própria disparidade original das duas linhas sociais. A aparente simetria, motivada pela dicotomia da resposta a sufragar, sempre escondeu uma enorme incongruência de lógica e finalidade. A distinção agora visível podia ser intuída até antes do referendo.
As forças a favor da liberalização do aborto tinham uma atitude eminentemente legal e regulamentar. O propósito era garantir o que consideravam um direito e lutar pela mudança da lei. Uma vez obtida a alteração legislativa, não havia mais assunto e partiam para outras causas.Pelo contrário, as forças pela vida tiveram sempre como propósito declarado as pessoas reais e concretas. O combate político foi importante mas, para lá das lutas sobre diplomas e estatutos, dedicaram-se desde o princípio a organizar casas de acolhimento, serviços de orientação, instituições de apoio a grávidas, mães e crianças.
[...]
Leia o artigo na totalidade em:



CONCESSÃO PELO GOVERNO DE UM CHEQUE DENTISTA A TODAS AS PORTUGUESAS GRÁVIDAS

Os Juntos Pela Vida congratulam-se com a anunciada distribuição de cheques-dentista às mães à espera do seu bebé.
Todo e qualquer apoio às grávidas é sempre bem-vindo, como os JPV têm vindo a defender e a reclamar.

A fim de melhor podermos esclarecer as questões que nos têm vindo a ser postas por diversas pessoas e entidades, solicitamos que o Governo esclareça os seguintes pontos:

A partir de que altura as grávidas têm direito a este cheque?
Desde o início da gravidez, isto, desde a concepção, como julgamos que deve ser (as grávidas estão grávidas desde o princípio) e é a data a partir da qual as grávidas são avisadas de que fumar prejudica a saúde do seu filho;
Ou a partir dos três meses, data a que, tardiamente, passam a ter direito ao abono de família?
Caso seja adoptado o critério óbvio de ser desde que estejam grávidas, gostaríamos de ser esclarecidos se o cheque terá que ser reembolsado no caso de a grávida abortar voluntariamente, nos prazos previstos e concedidos pela lei, uma vez que não nos parece ser justo acrescentar este benefício a outros já existentes e vedados à generalidade das mulheres portuguesas no Sistema Nacional de Saúde com óbvio prejuízo da sua saúde e abuso claro da respectiva parte dos impostos suportados pela generalidade dos portugueses.


Lisboa, 20 de Fevereiro de 2008
Juntos Pela Vida Associação

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Itália: Berlusconi começa campanha eleitoral contra o aborto, in Diário Digital 13.02.2008

O chefe da direita italiana Silvio Berlusconi introduziu terça-feira o tema ultra-sensível do aborto logo no início da campanha eleitoral, apoiando uma moratória universal e defendendo a ideia do reconhecimento do direito à vida «desde a sua concepção».
Berlusconi disse ao semanário Tempi que as Nações Unidas deviam reconhecer como direito humano o direito à vida desde a «concepção até à morte natural», usando a mesma terminologia que o Vaticano para expressar a sua oposição ao aborto.
Algumas horas depois Berlusconi suavizou as suas declarações defendendo que este assunto devia «ficar fora» da campanha eleitoral».
«Penso que o reconhecimento do direito à vida desde a sua concepção até à morte natural poderia ser um princípio da ONU, como para a moratória sobre a pena de morte adoptada depois de um longo e difícil debate», declarara Berlusconi citado hoje de manhã pelos jornais que retomavam uma breve declaração feita pelo candidato a um suplemento cultural do Tempi.
Nessa declaração afirmava: «Sobre este assunto, a regra da nossa coligação política é a liberdade de consciência».
Os media deram uma ampla cobertura a esta declaração vendo nela o começo da caça aos votos dos católicos para as eleições legislativas antecipadas de 13 e 14 de Abril.
A ideia de uma moratória sobre o aborto, a exemplo da que existe para a pena de morte apoiada por uma resolução recente da ONU, foi lançada em Itália pelo jornalista de direita Giuliano Ferrara e bem recebida pelo episcopado.
Todavia, hoje, durante a gravação da emissão televisiva «Porta a porta», Silvio Berlusconi relativizou as suas declarações afirmando que o aborto era um tema que «devia ficar fora desta campanha eleitoral» e que esta questão «não devia regressar à arena política».
O aborto é autorizado em Itália desde 1978 mas a Igreja católica continua a usar a sua influência na classe política e nos meios médicos para relançar o debate sobre as condições de aplicação da lei.
A senadora Paola Binetti, que pertence ao partido democrata de Walter Veltroni (esquerda) e membro da Opus Dei, saudou hoje no Corriere della Sera a tomada de posição de Silvio Berlusconi. «Ele disse ao mundo católico que não deve ter medo dele e que a vida não sofrerá agressões por parte do seu partido».
Em contrapartida, uma outra personalidade de esquerda, a dirigente radical Emma Bonino, qualificara sexta-feira no semanário Espresso a campanha para uma moratória sobre o aborto «como um circo político» cujo «único objectivo é fazer uma cruzada ideológica para impor a divisão, particularmente no centro-esquerda».
Diário Digital / Lusa

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Estudante usou dez comprimidos para abortar feto de 20 semanas, Público 14.02.2008

Engoliu cinco comprimidos e introduziu outros tantos na vagina. "Sabe o que me vai acontecer?", pergunta, num tom assustado, a aluna da Escola Profissional da Torredeita, em Viseu. O país inteiro sabe que interrompeu uma gravidez de 20 semanas com Cytotec, um fármaco indicado para úlceras gástricas e duodenais. Enquanto se contorcia de dor, ali, na residência estudantil, alguém ligou à GNR.
A rapariga, de 19 anos, está deitada numa cama do Hospital de São Teotónio. A mãe dela está deitada numa cama de um outro hospital, em Cabo Verde. A mãe caiu de cama ao receber a notícia pela boca de um primo que estuda na mesma escola em que a filha cursa contabilidade. Não havia maneira de lhe esconder aquilo, o director do estabelecimento de ensino até convocou uma conferência de imprensa. Sabendo-a "estável, em observações", a Polícia Judiciária não quis perder tempo. Já lá foi interrogá-la. Os inspectores insistiram numa pergunta: "Tem a certeza de quem é o pai?" Tem, sem sombra de dúvida. É o namorado, um cabo-verdiano a estudar no Algarve e a visitá-la amiúde."Ele nunca quis a criança." Não era só ele. A mãe também reprovava a gravidez. E "o desespero falou mais alto" dentro dela. "Eu queria ter o bebé e só fiz isto porque não tinha apoio de ninguém", tenta dizer ao mundo que já a julga e ainda não a ouviu. Agora, arrisca até três anos de prisão.
Falta informação
Não basta mudar a lei, como se fez há seis meses na sequência do referendo sobre a despenalização da interrupção voluntária da gravidez até às dez semanas em estabelecimento de saúde autorizado. "É muito importante haver informação, sublinha Ana Campos, obstetra da Maternidade Alfredo da Costa. Talvez esta rapariga tivesse tomado uma decisão mais cedo se soubesse que seria "fácil arranjar as terapias ao ir a um hospital a tempo e horas". "Há sectores da população que têm menos acesso à informação", que não sabem "como é que as coisas funcionam", nota Duarte Vilar, da Associação para o Planeamento Familiar. E é por isso - ou por dificuldades em aceder aos serviços de saúde, por vergonha, por terem deixado ultrapassar o prazo legal - que continua a haver quem recorra ao aborto clandestino em Portugal.
Cytotec resiste
A rapariga pediu os comprimidos a uma colega que deles precisa para amansar dores de estômago. Andava a pedi-los desde o último Natal. A colega cedeu-lhos. E ela tomou-os nessa mesma noite. Pensou que ao tomá-los, o seu corpo expulsaria um feto morto e a vida recomeçaria sem embaraço. Não era a primeira vez que estava a utilizar aquele método. Usou-o há cerca de um ano, estava grávida de "pouco mais de um mês", abortou numa "clínica em Lisboa" e não teve problemas. O laboratório que comercializa o Cytotec já telefonou para o Hospital de Viseu - desejava saber como estava a rapariga, quantos comprimidos tomara. Há três anos, uma miúda de 14 anos, grávida de 20 semanas, entrou no Hospital Santa Maria, em Lisboa, com uma overdose de Cytotec. Tomara 64 comprimidos, não resistiu. O laboratório tem avisado que o fármaco não é indicado para esse efeito, o aborto pode não se consumar, o bebé pode nascer com sequelas neurológicas. O seu uso, porém, generalizou-se nos serviços públicos de saúde (como indutor de partos) e cá fora (como um método de aborto barato e solitário). O último estudo elaborado antes do referendo sobre prática de aborto em Portugal, indicava que 25 por cento recorria a comprimidos. O medicamento era arranjado por pessoa amiga (51,9 por cento), fornecido no hospital (23,1) ou comprado na farmácia. Sobrevive um mercado paralelo como ainda segunda-feira retratava o PÚBLICO. Mulheres que recorrem ao método que já conhecem. A rapariga ingeriu os dez comprimidos e esperou. Decorridas 24 horas, sentiu-se mal, chamou uma ambulância. Fizeram-lhe uma ecografia: "Estava tudo bem, disseram-me para esperar para ser atendida por uma assistente social." Não esperou. Horas depois, já na residência, doeu-se: "Tive vontade de ir à casa de banho e o bebé caiu dentro da sanita." Houve alguma histeria na residência de estudantes. Alguém chamou a GNR. Se vier a ser julgada, não será a primeira pelo Cytotec. No final de 2005, subiu à barra do tribunal um caso semelhante a este. Uma jovem, também cabo-verdiana, também estudante, também em adiantado estado de gravidez (19 semanas) introduziu cinco comprimidos na boca e três na vagina. Ao vê-la com dores e hemorragias, a mãe chamou uma ambulância. Frente à suspeita de aborto, um enfermeiro deu conta da ocorrência à PSP. Foi um julgamento-relâmpago. A juíza mandou-a embora numa hora.

REFERENDO: EXPECTATIVAS E FACTOS, por Mª José Nogueira Pinto in DN 14.02.2008


Quem se lembra, há um ano, aquando do referendo do aborto, dos argumentos que se esgrimiam, das verdades absolutas que se afirmavam? Depois disso, o silêncio.
Porque será que já ninguém fala das mulheres que, recentemente, fizeram abortos ilegais nas clínicas que estão a ser investigadas? Serão presas? Serão julgadas? E se forem, contarão com uma claque de luxo ou, agora, deixam de ter importância e tornam-se descartáveis?
Porque é que se desvaloriza, apressadamente, o facto de haver mulheres que, num curtíssimo espaço de tempo, recorreram aos serviços de Saúde para fazer segundo aborto ao abrigo da nova lei? E para quê usar eufemismos quantitativos, do tipo "episódios esporádicos", sempre que os números se tornam incómodos, pelo que revelam?

[...]

Leia todo o artigo em:
http://dn.sapo.pt/2008/02/14/opiniao/referendo_expectativas_e_factos.html

Inspecção procura IVG ilegais, in JN online 12.02.2008

As autoridades de saúde vão inspeccionar algumas clínicas suspeitas da realização de abortos clandestinos, afirmou ontem em Aveiro a presidente da Federação Portuguesa pela Vida (FPV).
Isabel Pegado, que esteve presente na inauguração da nova sede da Associação de Defesa e Apoio da Vida na capital do distrito aveirense, diz ter recebido essa garantia do director-geral de Saúde, numa reunião que teve com Francisco George na última semana. "O aborto clandestino continua instalado", garantiu Isabel Pegado.
A presidente da FPV disse que "a objecção de consciência por parte dos médicos atinge mais de 80 por cento" daquele profissionais de saúde e que "a liberalização fez aumentar o número de abortos".
"Portugal tinha a mais baixa taxa de abortos da Europa e no último ano o seu número aumentou faziam-se sete a oito mil abortos e, neste primeiro ano, os números apontam para 12 mil", disse. "Apenas 25 por cento dos portugueses disse sim à liberalização do aborto", recordou Isabel Pegado, que anunciou que Portugal integra um movimento dirigido às Nações Unidas no sentido de o artigo terceiro da Declaração Universal dos Direitos do Homem ser modificado. "Tal artigo diz que todas as pessoas têm direito à vida e deve ser acrescentado desde a concepção até à morte natural", frisou Isabel Pegado.
Vinte associações de defesa e apoio à Vida , estão federadas na FPV.

Sujeita até três anos de prisão por aborto ilegal, in JN online 13.02.2008

"A mulher grávida que der consentimento a aborto praticado por terceiro ou que, por facto próprio ou alheio, se fizer abortar, é punida com pena de prisão até três anos". É a este castigo que a jovem de 19 anos denunciada está sujeita, quando sair do hospital e for julgada pela prática de crime de aborto ilegal. E se a investigação que vier a ser desenvolvida vier a apurar que houve incitamento ou colaboração, também as colegas poderão ter problemas com a Justiça, estando sujeitas a igual pena de três anos de prisão, se se confirmar que o aborto foi praticado com o consentimento da grávida. De acordo com fontes judiciais, apesar de, segundo o relato das amigas, o feto ainda aparentar vida quando foi expulso do corpo da jovem e só depois a ter perdido, o caso não se enquadra no crime de infanticídio, punível até cinco anos de cadeia. Porque neste ilícito é indispensável que a morte ocorra durante um parto, ocorrendo quando a mãe ainda esteja sob perturbação psicológica, por causa do nascimento do bebé. Também não tem cabimento num caso de interrupção de gravidez não punível, já que o aborto não foi realizado por médico ou estabelecimento autorizado e nas circunstâncias admitidas por lei.

Diocese de Viseu cria linha SOS vida, in Lusa 11.02.2008


Viseu, 11 Fev (Lusa) - A Diocese de Viseu tem funcionar, desde hoje, uma linha SOS de Apoio à Vida, gratuita e confidencial, que pretende dar um primeiro aconselhamento e encaminhar pessoas com qualquer tipo de dificuldades.
A linha telefónica surge depois de, há um ano, na sequência do referendo sobre a despenalização do aborto, e impulsionadas por um apelo do Bispo de Viseu, D. Ilídio Leandro, várias pessoas se terem juntado para criar o que hoje se chama de Centro de Apoio à Vida (CAV), com o objectivo de ajudar quem tem problemas.
O padre Armando Esteves, que coordenou o nascimento do CAV, disse à Agência Lusa que a linha SOS acaba por ser "a voz e o rosto" de um trabalho que um grupo de pessoas já vem desenvolvendo desde então.
"Um dia ou dois após o referendo (realizado a 11 de Fevereiro) apareceu-nos logo uma jovem, que ia fazer 15 anos, estava grávida de sete meses e havia uma situação de crise e dificuldade na família", contou, acrescentando que, "começou de imediato a haver gente a acompanhar casos no terreno".
Por considerar que "o apoio à vida deve ser desde a concepção até à morte natural", o CAV pretende não só dar apoio à gravidez na adolescência ou indesejada e a mães em dificuldades, mas a todas as situações de crise, sejam elas vividas por nasciturnos, crianças, jovens ou idosos.
Segundo o padre Armando Esteves, quando alguém marcar o 800 207 772, terá do outro lado da linha um de 24 "escutantes", que durante mais de dois meses receberam formação de pessoas com experiência em outras linhas de atendimento, técnicos das áreas da saúde, da acção social e de outros serviços.
O "escutante", anónimo, encaminhará a pessoa para um dos serviços que a podem apoiar e "que muitas vezes não são conhecidos, como o gabinete de despistagem do HIV ou as consultas para adolescentes", contou.
"Se a pessoa já procurou muitas respostas e não as conseguiu encontrar, o 'escutante' proporá que venha a Viseu, marque uma hora e terá uma pessoa para falar", acrescentou, explicando que fazem parte do gabinete de atendimento do CAV três assistentes sociais, duas psicólogas, quatro enfermeiros e um padre.
Os atendimentos telefónicos são feitos das 14:00 às 22:00, todos os dias da semana, incluídos sábados e domingos.
Esta linha verde SOS tem ainda como serviços complementares um grupo de acompanhamento no terreno de casos SOS, um núcleo juvenil na área da sensibilização e da prevenção e um grupo de "empresários amigos".
O padre Armando Esteves avançou à Lusa que entre os próximos objectivos do CAV está a criação de um gabinete de terapia e mediação familiar e promoção de formação para famílias de acolhimento.
A Fundação D. José da Cruz Moreira Pinto, de Viseu, é a Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS) que acolheu estas iniciativas do CAV.
Paulo Machado, presidente da Fundação, congratulou-se com a adesão de muitos voluntários a este projecto, dando seguimento ao apelo feito à sociedade civil por D. Ilídio Leandro para que ajudasse a criar uma instituição "a favor da vida e das pessoas com mais dificuldades", como escreveu na altura o prelado.
"Muita gente se prontificou desde essa altura e o grupo de voluntários tem cerca de cem pessoas", frisou Paulo Machado.
Os responsáveis pelo CAV estão em conversações com a Segurança Social para encontrar edifícios que possam acolher os serviços desta obra diocesana.
Segundo o padre Armando Esteves, num edifício da sede da Fundação, no Campo de Madalena (Viseu), poderá ficar "uma casa para acolher os casos mais urgentes, como vítimas de violência, indivíduos ou famílias com carências graves, onde se incluem também as grávidas".
Para um edifício na aldeia do Tojal, Sátão - que inicialmente era para ser uma casa de acolhimento de grávidas e crianças em risco -, está a ser pensado "um centro social comunitário, para trabalhar com as famílias, adolescentes e idosos, sempre com um grande complemento voluntário".
"A preocupação será sempre a de não institucionalizar e tornar dependentes mulheres, idosos e crianças. Queremos dar formação às pessoas, para que sejam autónomas no seu projecto de vida e readquiram a sua auto-estima", frisou.
AMF.
Lusa/fim

Úm ano depois do referendo, in RR online 11.01.2008

http://www.rr.pt/InformacaoDetalhe.aspx?ContentId=236286&AreaId=23&SubAreaId=39&SubSubAreaId=79

6000 abortos em 6 meses, in Sic online 11.02.2008

Mais de 6.000 interrupções voluntárias da gravidez. Ainda há mulheres que recorrem ao aborto clandestino, seis meses depois da nova lei.
A liberalização do aborto foi referendada há precisamente um ano mas a lei só entrou em vigor a 15 de Julho. Em cerca de seis meses registaram-se 6099 interrupções voluntárias da gravidez. Menos de metade do que o previsto pelas autoridades de saúde portuguesas.
Mas ainda há mulheres que recorrem ao aborto clandestino, com todos os riscos que acarreta. A maioria destas mulheres não recorre aos hospitais por falta de informação. Muitas porque desconhecem que têm direito ao anonimato. Outras ultrapassaram o prazo legal das 10 semanas, e já não podem dirigir-se às unidades legalizadas. Na chamada consulta prévia, obrigatória, é traçado um historial clínico e é de imediato feita uma ecografia para datar a gravidez. Porque a lei exige um período de reflexão de três dias, o limite para a primeira consulta são as nove semanas e seis dias. Se estiver no prazo legal é marcada nova consulta em que poderá ser logo realizada a interrupção da gravidez. O número de abortos clandestinos não é conhecido mas as autoridades já avançaram os primeiros números de interrupções voluntárias da gravidez. Entre 15 de Julho de 2007 e 31 de Dezembro de 2007 foram registadas 6 mil e 99 : 4 mil 199 realizadas em estabelecimentos públicos, mil e 900 no sector privado. Um número muito aquém do previsto pelas autoridades de saúde, que tinham por base estudos de outros países que apontavam para cerca de 20 mil intervenções voluntárias da gravidez, por ano. Os números da Comissão Nacional de Saúde Materna e Neonatal mostram ainda que o grupo etário entre os 20 e os 34 anos é o que regista o maior número de interrupções voluntárias da gravidez, com 4 mil 124. Depois dos 40 anos foram efectuados 503 interrupções de gravidez. O grupo das mulheres com menos de 15 anos foi aquele que realizou menos abortos, 30.

Aborto: Sócrates deve reconhecer erro, diz FPV

Reportagem da Rádio Renascença no Encontro de Balanço do primeiro ano após o referendo, promovido pela Federação Portuguesa Pela Vida no dia 9 de Fevereiro.
Reportagem do Infovitae no mesmo encontro (vídeo).
Balanço da Liberalização do Aborto, em Portugal, um Ano depois do Referendo

Reportagem do Infovitae

Conferência de imprensa apresentada por Pedro Vassalo para fazer o balanço de um ano de liberalização do aborto em Portugal. São oradores a Presidente da Federação Portuguesa pela Vida, Isilda Pegado, Bruno Almeida em representação da Associação In Família (Braga), Pedro Giões da Fundação Patrocínio (Évora), José Maria André em representação da associação Algarve pela Vida, Joana Tinoco Faria representando o Ponto de Apoio à Vida (Lisboa), Luís do Rosário representando os médicos pró-vida, Manuel Gonçalves, do Gabinete de Estudos da Federação P. pela Vida e António M. Pinheiro Torres, Secretário-geral da Associação Juntos pela Vida.

Ver: 1 Balanço Liberalização do Aborto um Ano depois, em Portugal

2 Balanço Liberalização do Aborto um Ano depois

Estado «não está a fiscalizar» prática do aborto, in Agência Ecclesia 7.02.2008

Um ano depois do referendo ter mudado a legislação sobre a prática do aborto em Portugal, a Associação Juntos pela Vida considera que esta questão ainda não está fechada.Esta Sexta-feira, a Associação vai encontrar-se com Francisco George, director geral de saúde. A falta de informação e fiscalização estão na base das falhas que António Pinheiro Torres, secretário geral da Associação Juntos pela Vida aponta ao Estado e à Direcção Geral de Saúde. “O consentimento informado não está a ser efectivo porque não está a ser fornecida informação actual à mulher que vai realizar o aborto”, explica o secretário geral à Agência ECCLESIA.
A Associação dá conta que a informação que a DGS faz circular sobre este assunto reporta-se a bibliografia com mais de 15 anos, “quando existem mais de 500 estudos com novas informações sobre as consequências do aborto na saúde física e psíquica da mulher”.
António Pinheiro Torres afirma haver uma “insistência do Ministério da Saúde na promoção do aborto legal”. Durante o período de discussão que antecedeu o referendo, eram indicados os estabelecimentos hospitalares para a prática do aborto: “Nunca se colocou a hipótese de o aborto ser praticado em Centros de Saúde, mas há três que o fazem”. Esta “insistência da DGS não encontra equiparação com a preocupação com a maternidade”. António Pinheiro Torres lembra não só o encerramento de maternidades por todo o país mas “a falta de esforço da DGS para que as mulheres tenham condições para ter os seus filhos”.
Outra preocupação que a Associação vai levar à DGS é a publicidade que as clínicas privadas de aborto têm feito nos meios de comunicação social. “Não é legal fazer estes anúncios em virtude das leis que regem os actos médicos”, indica o secretário geral.
A Associação Juntos pela Vida desconhece a forma como os hospitais públicos estão a encaminhar os abortos para clínicas privadas e quer saber em que medida o Ministério da Saúde está a controlar esses estabelecimentos privados, “que na prática, são quem ganha com este negócio do aborto”.
António Pinheiro Torres aponta que, após sete meses de a lei entrar em vigor, falta informação.“Só se conhecem números dos três primeiros meses”, aponta o secretário geral da associação. “Esta falta de conhecimento revela ou uma situação dramática ou o desconhecimento de uma situação que deveriam acompanhar de perto”. As informações publicadas pela DGS mostram um crescimento da prática do aborto. António Pinheiro Torres lamenta que a DGS não manifeste pesar pelo número de abortos aumentar. “Apenas ouvimos manifestações de contentamento”. A Associação Juntos pela Vida quer perceber a posição do director geral de saúde e “em que medida está disposto a ser fiel à posição que tomou em relação ao Sim, quando dizia que esta lei ia ser feita para diminuir a prática de abortos em Portugal”. O secretário geral chama também a atenção para a continuação da prática do aborto clandestino, relembrando casos denunciados pelos media, até e depois das 10 semanas e “não se vê da parte dos poderes públicos nenhuma acção para vigiar esta situação”. António Pinheiro Torres assegura que a realidade vigente mostra que as preocupações da Associação estavam correctas e por isso “vale a pena continuar a discutir o assunto”, até porque a alteração da lei “está nos nossos objectivos”.
Nacional Lígia Silveira 07/02/2008 15:34 3374 Caracteres

FPV apela à ONU para alterar Declaração Universal dos Direitos do Homem, in Visão online 7.02.2008


Lisboa, 07 Fev (Lusa) - A Federação Portuguesa Pela Vida subscreveu um pedido de moratória dirigido à ONU para que, no artigo 3º da Declaração Universal dos Direitos do Homem, seja colocada a expressão "desde a concepção até à morte natural".
De acordo com o pedido, a expressão seria colocada a seguir a "todo o indivíduo tem direito à vida", passando o artigo a determinar que "todo o indivíduo tem direito à vida desde a concepção até à morte natural".
"Trata-se de um pedido de moratória das políticas públicas que incentivam todas as formas de escravidão injustificada e selectiva do ser humano durante o seu desenvolvimento no seio materno, mediante o exercício de um poder arbitrário de aniquilamento, violando o direito a nascer e o direito à maternidade", escreve a Federação Portuguesa Pela Vida.
A organização cita, assim, o texto da petição dirigida ao secretário-geral das Nações Unidas e aos primeiros-ministros e Chefes de Estado dos países com assento na ONU.
"A iniciativa teve início em Itália, pela mão do director do jornal Il Foglio, Giuliano Ferrara (ex-comunista e ateu confesso) e colheu já a adesão de muitas outras personalidades do mundo inteiro", refere a Federação Portuguesa Pela Vida.
Esta entidade - para a qual "a prática do aborto e a sua cobertura estatal" constitui uma "violação de direitos humanos" - pede aos governos que "preservem e protejam os direitos naturais".
No ano em que se celebram os 60 anos da Declaração e, atentos os avanços da ciência desde 1948, impõe-se uma actualização da Declaração que consagre a protecção dos novos direitos humanos, conclui a organização portuguesa.
Na petição lê-se que "nas últimas três décadas foram feitos mais de mil milhões de abortos, com uma média anual de cerca de cinquenta milhões de abortos".
"Na China, dezenas de milhões de nascituros correm o risco de aborto, incentivados e coagidos, em nome de um planeamento familiar e demográfico estatais. Na Índia, por uma selecção sexista, em vinte anos foram eliminadas milhões de crianças antes do nascimento. (...) Na Coreia do Norte, o risco de aborto selectivo tende à eliminação radical de todas as formas de deficiência. Mesmo no Ocidente, o aborto tornou-se o instrumento de uma nova eugenia que viola os direitos do nascituro e a igualdade entre os homens", adianta o texto.
Entre os subscritores da petição estão Paolo Carozza, membro da Comissão Inter-americana para os Direitos Humanos, o antropólogo francês René Girard, o filósofo inglês Roger Scruton e o teólogo George Weigel.
HSF.
Lusa/fim