sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Aborto aumenta risco de partos prematuros, in DN 24.12.2007

As mulheres que tenham sofrido abortos, espontâneos ou provocados, têm uma probabilidade acrescida de dar à luz bebés prematuros ou com peso a menos, segundo um estudo de uma equipa de médicos de saúde pública, da Virginia Commonwealth University, nos Estados Unidos.A ocorrência de um aborto aumenta em quase três vezes o risco de um próximo bebé nascer com menos de 2,5 quilos . O problema é que o défice de peso está fortemente relacionado com a mortalidade na primeira semana de vida ou durante a infância.Os riscos crescem substancialmente para s mulheres que tenham sofrido várias interrupções da gravidez ou abortos, embora o estudo não descrimine se o risco é maior ou menor para as situações espontâneas ou provocadas. Até aqui, os investigadores não tinham conseguido encontrar um padrão consistente entre o aborto e os riscos para uma futura gestação. Enquanto alguns estudos apontavam para um risco acrescido, outros não alinhavam nessa direcção.As conclusões agora apuradas pela equipa daquela universidade americana foram apuradas a partir da observação dos pormenores de mais de 45 mil nascimentos. Os registos de nascimento foram relacionados com o historial médico das mães, mas não discriminaram os abortos espontâneos dos voluntários. Os dados foram ainda comparados com registos de nascimento compreendidos no período entre 1959-66, quando o aborto era muito menos comum do que actualmente e as mulheres eram muito mais relutantes em admitir que o tivessem feito.Os resultados - publicados no Journal of Epidemology and Community Health - demonstram que é mais provável que o aborto esteja ligado a bebés com baixo peso do que a partos prematuros. Mesmo depois de ajustados outros factores, como o consumo de tabaco, tensão alta ou consumo excessivo de álcool, os resultados mantiveram-se consistentes. O tabagismo está fortemente relacionado com o baixo peso, mas não com os partos prematuros. Uma das explicações prováveis para os efeitos dos abortos nos futuros bebés é o facto de a ocorrência de infecções no útero poderem abrandar o crescimento dos fetos.Os autores do estudo, coordenado por Tilahun Adera, dizem que embora este seja o maior estudo alguma vez feito nos Estados Unidos sobre esta temática, tem uma limitação, que é o facto de não se poder distinguir os efeitos dos abortos espontâneos daqueles que foram provocados, pela dificuldade em obter essa informação das mulheres.- C. A., com agências e DIREITOS RESERVADOS (imagem)

Ano de 2007 marcado pela despenalização do aborto, in Fábrica Conteúdos 26.12.2007

Os portugueses viram algumas das suas vontades concretizadas pelo Governo, num ano que começou com diversos protestos devido às novas taxas moderadoras.Recorde-se que em referendo foi concretizada a despenalização do aborto até às dez semanas, pelo que o ano de 2007 ficou ainda marcado pela liberalização do aborto no sector público, bem como pelo anúncio de apoio aos casais inférteis e pela comparticipação dos tratamentos com recurso à Procriação Medicamente Assistida (PMA), feito pelo primeiro-ministro no Parlamento.Recorde-se que em 2006 o sector da Saúde ficou marcado pelo encerramento de diversas maternidades, pelo que este ano foi marcado pelo encerramento de serviços de urgência assim como pela reestruturação desta rede de serviços.Segundo noticia a Lusa, citada pelo Diário Digital, o Ministério da Saúde anunciou também que haverá a inclusão da vacina contra o vírus que provoca o cancro do colo do útero, uma medida bem acolhida pelos portugueses.A saúde oral também não foi esquecida pelo Governo que anunciou o compromisso de oferecer cheques-dentistas no valor de 120 euros a cerca de 65 mil grávidas seguidas em centros de saúde, bem como um cheque no valor de 80 euros para 90 mil idosos abrangidos pelo complemento solidário.A Linha Saúde 24 também foi uma medida implementada no ano de 2007, no sentido em que esta tem evitado algumas idas às urgências desnecessárias, apesar de não haver ainda dados concretos sofre a sua eficácia. A entrar em vigor a partir do dia 1 de Janeiro de 2008, está a legislação que proíbe o fumo em recintos fechados, que tem por objectivo proteger os não-fumadores.Outra medida avançada em 2007 diz respeito ao sector farmacêutico que permitirá a venda de produtos em «saldo», assim como a administração de vacinas, uma medida esperada para breve.Por último, outra medida avançada pelo Ministério da saúde será a venda de medicamentos via Internet, a funcionar a partir do próximo ano.

2007: Aborto, infertilidade e vacinas marcaram sector Saúde, in Diário Digital 25.12.2007

No ano em que foi publicada a legislação que quer acabar com o fumo nos recintos fechados - através de medidas que entram em vigor no primeiro dia de Janeiro -, a saúde concretizou a liberalização do aborto e disponibilizou o sector público para acolher as mulheres que o pretendam fazer até às dez semanas.
Com esta prática, o governo concretizou a vontade dos portugueses expressa por referendo.
O ano que agora termina começou com os protestos contra as novas taxas moderadoras (para cirurgia de ambulatório e internamento) , as quais deveriam ter entrado em vigor no primeiro dia de Janeiro, o que só aconteceu em Abril.
Depois de um ano (2006) marcado pelo encerramento das maternidades, 2007 fica igualmente assinalado pela reestruturação da rede de urgências e a polémica em torno do encerramento de alguns serviços, preconizado por um grupo de peritos.
O ministro António Correia de Campos - que cumpriu o terceiro ano à frente da pasta da Saúde - terá 2008 para mostrar que a reestruturação faz sentido e convencer os autarcas que tem razão.
O anúncio do apoio aos casais inférteis e da comparticipação dos tratamentos com recurso à Procriação Medicamente Assistida (PMA), feito pelo Primeiro-Ministro do Parlamento, e da inclusão da vacina contra o vírus que causa o cancro do colo do útero, foi positivamente acolhido pelos portugueses que esperam agora a concretização das medidas.
O Ministério da Saúde comprometeu-se ainda a entregar cheques-dentista no valor de 120 euros a cada grávida seguida nos centros de saúde e no valor de 80 euros para os idosos abrangidos pelo complemento solidário.
Serão abrangidas ao todo cerca de 65 mil grávidas e 90 mil idoso e, no que respeita às crianças, o programa de saúde oral, que actualmente abarca 60 mil crianças, será estendido a outras 20 mil entre os sete e os 12 anos.
Em 2007, começou finalmente a funcionar o call-center da saúde, a Linha Saúde 24, que garante ter já evitado idas às urgências hospitalares de casos não urgentes, mas não está ainda contabilizado o seu impacto real.
Para avançar no primeiro dia do próximo ano está a legislação que proíbe o fumo nos recintos fechados e visa a protecção dos não-fumadores.
Anunciada por António Correia de Campos em Março deste ano, a nova legislação pretende libertar de fumo recintos como bares e restaurantes e promete multas pesadas para quem não cumprir.
Por cumprir na totalidade continua a reestruturação dos cuidados de saúde primários, com mudanças prometidas para 2008.
O sector farmacêutico contou com algumas mudanças no ano que agora termina, como a possibilidade de venda de produtos em «saldo» e o anúncio de novos serviços - como a administração de vacinas - para breve.
No próximo ano deverá entrar em vigor a venda de medicamentos pela Internet.
Diário Digital / Lusa
25-12-2007 10:55:00

Natal: Cardeal abençoa grávidas, in Portugal Diário 23.12.2007

Cerca de 60 grávidas foram hoje abençoadas pelo cardeal patriarca de Lisboa, D. José Policarpo, em Lisboa, numa cerimónia em que a tónica foi a importância da maternidade «como abertura à criação de uma obra de Deus», noticia a Lusa.
A organização desta iniciativa, incluída no programa Presépio da Cidade, esperava 50 grávidas, mas viu as suas expectativas superadas e teve que juntar à meia centena de pequenas figuras de louça do menino Jesus mais algumas ofertas para satisfazer a procura inesperada. Catarina foi uma das grávidas que se dirigiu à Basílica dos Mártires, em vésperas de dar à luz. O nascimento do bebé, que preferiu não conhecer o sexo, está previsto para dia 08 de Janeiro.
«Vim aqui para receber a bênção e se sem dúvida achava que este era um momento muito importante como mulher, depois da cerimónia fiquei ainda mais convencida e sei que o meu filho já tem qualquer coisa de católico mesmo antes de ser baptizado», comentava esta católica praticante.
Com um útero bastante menos pronunciado, Patricia referiu antes do início da cerimónia ter tido conhecimento desta através de uma informação transmitida na Maternidade Alfredo da Costa e apesar de se considerar «uma católica mais praticante em casa» quis ser abençoada.
Sentada ao lado de Patricia, Sofia, que chegou a esta bênção através de uma surpresa do marido, referia estar muito contente por participar num evento em que a mensagem ideal «seria a transmissão de muita força para viver e alegria porque a vida é um dom», disse.
O programa Presépio na Cidade visa promover os valores da família e da vida e de acordo com a tradição católica, a bênção serve para conceder protecção divina a todas as grávidas, seus bebés e familiares, numa homenagem à mãe de Jesus. A iniciativa iniciou-se com uma procissão entre a Praça do Comércio e a Basílica dos Mártires.

La revelación sobre abortos ilegales despierta a la opinión pública y fuerza algunos cierres

Aceprensa
Fecha: 19 Diciembre 2007





Si lo desea, antes de leer la nota, mire este video shockeante que lo explica todo.

http://www.youtube.com/v/R0WXNl3HCA4

este es otro link por si falla el anterior (la calidad es menor y las escenas duras son a partir del minuto 7:46):

http://www.hazteoir.org/modules.php?name=Noticias&file=article&sid=6397


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La tradicional pasividad con que la opinión pública española recibía año tras año el constante aumento del número de abortos, se ha visto sacudida por la investigación judicial de los escandalosos abortos ilegales realizados en conocidas clínicas de Barcelona y de Madrid. Todo esto era sabido, pero de repente ha habido voluntad de perseguirlo.

El doctor Carlos Morín ha levantado una fortuna con el negocio del aborto en sus clínicas de Barcelona, de las que la más conocida es Ginemedex. Detenido y encarcelado gracias a una investigación de la Guardia Civil, la opinión pública ha conocido las irregularidades que impunemente se cometían en sus centros: informes firmados de antemano por el psiquiatra, abortos sin justificación legal y en embarazos avanzados, trituración de fetos esquivando la obligación de cremarlos o enterrarlos, abortos no declarados... ¿Es el caso de Morín algo excepcional? Los abusos investigados ahora en Madrid en la sucursal de Morín y en otra clínica llamada Mayrit, y las sospechas policiales sobre la clínica Isadora apuntan a lo que las asociaciones pro-vida han denunciado continuamente: el fraude de ley que de hecho se comete en España con el aborto.

El aborto en España es delito, pero está despenalizado en tres supuestos. Uno de ellos es el de peligro para la salud física o psíquica de la madre, en el que no hay límite temporal. Que la opinión pública se lleve las manos a la cabeza ahora porque entre los fetos abortados ilegalmente los había de hasta siete y ocho meses demuestra que se olvida con frecuencia este dato. Las últimas cifras, de 2005, dejan casi 91.700 abortos, lo que supone que uno de cada seis embarazos termina en aborto; en el 96,6% de los casos se invoca el riesgo para la salud física o psíquica de la madre. Como pocos médicos de la sanidad pública quieren intervenir en esto, el 97% de los abortos se realizan en centros privados, aunque no pocas veces el aborto se financia con fondos públicos (ver Aceprensa en Internet, 3-01-2007: "Uno de cada seis embarazos en España termina en aborto").

Si tenemos en cuenta que estos centros se lucran con cada intervención, resulta como mínimo chocante que la ley permita a la clínica contratar a los psiquiatras que han de hacer los informes sobre el "riesgo para la salud psíquica" de la madre. Las investigaciones han demostrado que las clínicas cuentan con informes ya firmados por el médico en los que el espacio para el nombre de la paciente está en blanco. El resultado de esta impunidad es el turismo abortista desde el resto de Europa a España, como ya denunciaron reportajes de la televisión pública danesa y el diario británico Sunday Telegraph. La edad del feto no importaba, solo aumentaba el precio, que podía llegar a los 3.000 euros. Según los datos oficiales, el 88% de los abortos se realizan durante los tres primeros meses de gestación; pero los fraudes ahora descubiertos ponen en entredicho que las estadísticas oficiales reflejen la realidad.

Entre lo que parecen últimos coletazos de este encubrimiento generalizado del aborto ilegal se encuentran el comportamiento de la Consejería de Salud de la Generalitat de Cataluña y del Colegio de Médicos de Barcelona. Tras el reportaje del Sunday Telegraph en 2004, la consejería dijo que no veía irregularidades en las clínicas de Morín. En noviembre de 2006, después del reportaje de la televisión danesa, lo único que hizo fue sancionar al centro con 3.000 euros por faltas administrativas. Entonces, e-Cristians denunció a Morín ante el Colegio de Médicos barcelonés, pero la denuncia fue archivada y la entidad afirmó que no había responsabilidad deontológica.

Metamorfosis social y política

¿Qué ha variado para que ahora se lleve a la cárcel a los culpables? Es difícil saber cuál es la causa última de la transformación producida, si es que hay solo una, pero algunos signos indican que ese cambio es real. En los últimos años, cada vez que salen a la luz las cifras estadísticas anuales de abortos declarados, los medios de comunicación muestran su preocupación, aunque las soluciones que suelen proponer se han demostrado parte del problema. Un vistazo a los comentarios de los lectores en los diarios digitales confirma esta impresión de creciente alarma.

Manifestación de este cambio de mentalidad es que, después de que saltara a la luz pública el "caso Morín", solo minorías sin peso se han atrevido a insinuar críticas a la detención o aprovechar la circunstancia para pedir el aborto libre. Incluso el PSOE ha sugerido que no incluirá modificaciones en la ley del aborto en su programa electoral para las elecciones de marzo. Y han aparecido artículos de denuncia, no solo entre los habituales defensores del respeto a la vida, sino también en articulistas partidarios de la legalización del aborto pero que ahora escriben "no es eso, no es eso".

Esta vez diarios de alcance nacional, y en especial ABC y La Gaceta de los Negocios han seguido ampliando la información sobre los fraudes de las clínicas abortistas.

Es representativo el desaliento reflejado por la portavoz anónima de una clínica abortista (ABC, 13-12-2007), que echaba en cara "el silencio de las autoridades sanitarias. Nos están crucificando y ellos callados, cuando al fin y al cabo las clínicas privadas estamos, hablando claro, quitándole un marrón a la sanidad pública".

La defensa de las clínicas abortistas ha sido decir que se está atacando un derecho de la mujer y que habría que reformar la ley actual porque "no da seguridad". "Es fundamental que se cambie por una ley de plazos, la que hay en la mayoría de los países europeos. Lo ideal sería hasta las 12 semanas. Y, a partir de ahí, una ley de indicaciones como la que tenemos hasta ahora", sostiene Eva Rodríguez Armario, presidenta de la asociación de clínicas acreditadas para el aborto ( El País, 17-12-2007). Es decir, aborto libre en los tres primeros meses, sin renunciar a seguir invocando después los otros supuestos como hasta ahora. Lo que no explica es por qué vienen a abortar a España de otros países y no al revés.

Salve vidas y reenvíe esto!

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Médicos terão novo código seja qual for o bastonário, in Diário de Notícias 11.12.2007

Três candidatos dispostos a abrir o debate ético

Os três candidatos a bastonário da Ordem dos Médicos, que vão amanhã a votos, têm em comum um desígnio: lançar a discussão sobre o código deontológico e colocar os médicos a pensar e a rescrever os novos desafios éticos que se colocam à profissão. Sozinhos, e sem intromissões do Governo. Mas acaba aqui o consenso entre Carlos Santos Silva, Miguel Leão e Pedro Nunes em temas como o aborto, a eutanásia ou a procriação medicamente assistida (PMA). [...]

Leia a notícia na totalidade em:
http://dn.sapo.pt/2007/12/11/sociedade/medicos_terao_novo_codigo_seja_qual_.html

quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

Já está disponível a newsletter da InFamília!

Descarregue já em:

http://www.infamilia.org/files/newsletter/InFamilia_Newsletter_2.pdf

Detectadas clínicas ilegais para aborto, in Sic Vida 2.12.2007

Direcção-Geral de Saúde fez inspecção ao longo de um mês
A Direcção-Geral de Saúde identificou, num mês, duas clínicas que praticam ilegalmente o aborto.
Os casos são já do conhecimento da Inspecção-Geral das Actividades de Saúde, mas cabe aos Ministério Púublico abrir inquérito quando se trata da eventual prática de crime.

Aborto contestado em centro de saúde sem médico, in Portugal Diário 30.11.2007


Mais de uma centena de cidadãos de Paredes reclamam o abandono do «projecto de realização de abortos» no centro de saúde local, que «desvia recursos de áreas verdadeiramente prioritárias» num concelho onde há dez mil pessoas sem médico de família, foi hoje anunciado.

A exigência está expressa em documento do Movimento de Cidadãos em Defesa do Centro de Saúde de Paredes dirigido quarta-feira à Administração Regional de Saúde do Norte.
No documento, a que a agência Lusa teve hoje acesso, os subscritores pedem «o aumento do quadro médico e de enfermagem e o abandono do projecto de realização de abortos no Centro de Saúde de Paredes».
Dizem os subscritores que o «serviço de aborto» de proximidade «não corresponde a uma necessidade real da população e desvia recursos de áreas verdadeiramente prioritárias para os utentes e que carecem de atenção».
O projecto - sublinha o documento - «colide também com os desejos e sentimentos desta população, democraticamente expressos no referendo nacional de 11 de Fevereiro de 2007».
Em paralelo com esta iniciativa, os cidadãos subscritores do documento lançaram o blogue Paredes pela Vida em que acusam o Governo de «desistir de satisfazer os pedidos de médico de família da população» que, por sua vez, «começa a desistir de os apresentar sequer».
«Mas [o Governo] insiste em "evangelizar" esta região para o "admirável mundo novo" do aborto a pedido, facilitando o acesso com uma dispendiosa "via verde" para quem, no primeiro meio ano, se revelou mais refractário à "cultura da morte"», contrapõem.
A agência Lusa tentou, sem êxito, um comentário da Administração Regional de Saúde do Norte.

Igreja no terreno contra o aborto e a eutanásia, in Agência Ecclesia

A Igreja Católica em Portugal quer reforçar a sua presença no campo da saúde, num "envolvimento prático" que reforce a luta contra o aborto e a eutanásia.

Estas perspectivas foram lançadas nas conclusões do XX Encontro Nacional da Pastoral da Sáude, hoje concluído em Fátima, que juntou várias centenas de participantes.
Leia toda a notícia em:

Abortos muito abaixo do previsto, in Diário de Notícias 28.11.2007

"Estou convicto de que não vamos ultrapassar os dez mil abortos por ano. Se assim for, teremos uma taxa de 10% em função do número de nascimentos, o que tornaria Portugal um caso excepcional, com uma das mais baixas taxas de aborto no mundo, em termos de países que legalizaram a interrupção da gravidez por vontade da mulher." Para Jorge Branco, o coordenador do Programa Nacional de Saúde Reprodutiva, estes cinco meses de vigência da lei serão suficientes para avançar com uma extrapolação. "Pelos dados que temos, a situação está mais ou menos estabilizada. E como português e como médico só posso ficar muito feliz por termos uma taxa de aborto inferior à da generalidade dos países da Europa."
A concretizar-se esta previsão, Portugal ficaria, de acordo com os dados existentes sobre a interrupção da gravidez no mundo, ao nível de um país com a Irlanda, em que o aborto é rigorosamente proibido (a lei é mais severa que a anterior lei portuguesa) mas onde as mulheres têm a possibilidade de ir ao Reino Unido interromper a gravidez. Com uma taxa de 9,2% (valor de 2004), a muito católica Irlanda é um dos países da Europa ocidental com a taxa mais baixa. Com menos só a Áustria (3%, segundo dados de 2000), Malta (1,7%) e a Polónia (0,06% em 2004). Destes, só a Áustria tem uma legislação permissiva. Todos os outros países europeus que legalizaram a interrupção da gravidez nas primeiras semanas por vontade da mulher têm taxas acima dos 10%. A Holanda, um dos primeiros países a fazer passar uma legislação permissiva, e considerada a nível mundial um caso de sucesso por ter reduzido paulatinamente a taxa de aborto no novo quadro legal, apresenta 13% (dados de 2004), assim como a Suíça. No mesmo ano, a Espanha tinha 15,8%. E em 2005 a Dinamarca apresentava números correspondentes a 15%, mesmo assim abaixo da Noruega (19,7%), França (21,5%) e do Reino Unido (21,8%).
Foi com base nestas realidades, que se estabeleceu a estimativa, para Portugal, de 20 mil abortos por ano. "Era um número encontrado a partir daquilo que é considerado, internacionalmente, a referência: 20% do número de nascimentos", explica Jorge Branco, que confessa a sua agradável surpresa com a situação nacional. "Não nos pode passar pela cabeça acabar com as interrupções de gravidez, é algo que vai existir sempre, mas o programa nacional de saúde reprodutiva tem como objectivo reduzi-las. E se este número se confirmar, significa que se fez até agora um bom trabalho nesta área."
A alegria de Jorge Branco não é porém partilhada por dois activistas que no referendo do aborto estiveram em campos opostos, Alexandra Teté, da associação Mulheres em Acção (que lutou pelo Não) e Duarte Vilar, da associação para o Planeamento da Família (que defendeu o Sim). Tanto um como outro têm reservas em crer numa taxa tão baixa - e, por motivos muito semelhantes.
"É cedo para tirar sérias conclusões", diz Teté. "Há a possibilidade de ainda se estar a viver um pouco a realidade da lei anterior - tanto no sentido de não se fazer aborto como no de ainda haver aborto clandestino. Aliás, não acreditamos que vá chegar ao fim o aborto clandestino - até por motivos de privacidade." Vilar vai no mesmo sentido: "Não podemos esperar que em cinco meses o aborto ilegal desapareça. Como, de resto, a ida às clínicas espanholas. É preciso esperar para ver. Devemos ser prudentes." Relembrando o estudo que a APF fez, revelado antes do referendo, em que a partir de uma série de entrevistas a uma amostra representativa de portuguesas se chegava a uma estimativa de "16 a 17 mil abortos por ano", Vilar reforça a ideia da prudência. "Mas, obviamente, se for menos que isso só nos temos de congratular."
Quantos aos motivos que poderiam levar a um tão baixo número de abortos, este especialista em planeamento familiar aponta uma hipótese. "Segundo os últimos dados disponíveis, 87% das mulheres em idade fértil usam contraceptivos e uma altíssima percentagem destas, cerca de 70%, usa a pílula que é um método muitíssimo seguro." Teté aponta ainda a possibilidade de "o consumo da pílula do dia seguinte, de venda livre, contribuir para diminuir muito o número de abortos." E conclui: "A minha posição é quem me dera que não fosse feito nenhum. São sempre abortos de mais mesmo quando sejam menos que aqueles do que se previa."

Espanha/Aborto: Investigação a clínicas aponta para "prática reiterada" de abortos ilegais

Barcelona, Espanha, 26 Nov (Lusa) - A operação realizada hoje pela polícia espanhola contra quatro clínicas de abortos em Barcelona baseou-se numa investigação que aponta para a "prática reiterada" de interrupções voluntárias da gravidez "radicalmente fora do previsto na legislação", segundo os tribunais.
Leia toda a notícia em: