Valores sociais estão na base do projecto que quer disputar terreno político
.4500 assinaturas forem, ontem (14.01), entregues na Assembleia da República numa petição com vista à revisão/suspensão/revogação da Lei do Aborto.A delegação de sete elementos, em representação dos signatários do Movimento Portugal Pró Vida, foi recebida por Jaime Gama, Presidente da Assembleia da República e uma representante da Comissão Parlamentar da Saúde. O que se esperaria ser um encontro de 20 minutos, durou uma hora.“Ficámos muito agradados pelo acolhimento cordial”, regista Luís Botelho Ribeiro, um dos promotores da petição, referindo ainda que “o tempo concedido serviu para aprofundar as razões da petição”. Luís Botelho explica que o debate que antecedeu a aprovação da lei do aborto, foi feito com base “em pressupostos que estão actualmente postos em causa e mesmo ultrapassados pela realidade”. Foi esta realidade que o promotor indica terem levado a Jaime Gama que afirmou à delegação “ser sempre oportuno a sociedade civil recuperar esta discussão”. Os números divulgados sobre a prática do aborto “escondem os números de aborto recorrente”, afirma Luís Botelho, que indica que o subsídio de maternidade dado pelo Estado às mulheres que abortam “e vivem à custa de um subsídio sem trabalhar”. Luís Botelho recorda que a lei do aborto foi “aprovada por maioria, não por unanimidade, inclusive com vários votos contra, de diferentes partidos”. Em 2004 foi entregue uma petição, «Mais Vida Mais Família», apenas discutida em plenário em 2008. O promotor da nova petição aponta a burocracia normal para a demora, mas explica que “não vamos ficar parados”.“Contamos com as pessoas que nos apoiaram até aqui e queremos estar presentes na sociedade de forma mais activa”.O Movimento Portugal Pró Vida quer levar os seus valores à Assembleia da República e está em processo de criação de um partido “para ir a votos ainda em 2009”. Luís Botelho frisa que “queremos ir a eleições e disputar o terreno eleitoral, onde os cidadãos podem escolher o que querem para o seu futuro”. O declínio da natalidade, a insegurança nas ruas, a actividade económica, o desemprego, “longe de soluções fáceis”, são preocupações deste projecto “que não quer ser um projecto político, mas um movimento”. Os promotores encontram-se em processo de recolha de assinaturas.