Badajoz. Um dia de semana como outro qualquer. A rua onde fica situada a Clínica Los Arcos é calma, diferente dos anexos obscuros das periferias onde muitas mulheres portuguesas procuravam a clandestinidade imposta pelo preconceito e pela lei.
Estão casais de mão dada na pequena sala de espera. A enfermeira de serviço é zelosa, mas cuidada no trato. Ouvem-se poucas palavras, o momento não é propício a conversas triviais. De portugueses, alguns sinais, apenas. Um carro de matrícula portuguesa no fundo da rua, algumas revistas com títulos familiares ao olhar em cima da pequena mesa de madeira que transmite um ar mais acolhedor, a uma sala por natureza fria, silenciosa.
"Vai correr tudo bem, amor!", interrompe-se o silêncio, num tom baixo. Rita e Marco, nomes que não são próprios por vontade do jovem casal de Queluz, estão aqui para contornar uma situação inesperada, explica o rapaz de 20 anos.
Sem se alongar, deixa apenas escapar que "este é um passo que nos custa, mas que tivemos de tomar. E viemos aqui porque já tínhamos passado das dez semanas, primeiro devido ao facto de tomarmos medidas contraceptivas, depois por causa dos exames que demoram algum tempo. Descobrimos já tarde", conta.
Para Yolanda Dominguez, directora da clínica que em Março abriu a primeira unidade privada em Lisboa licenciada para fazer interrupções voluntárias da gravidez (IVG), este caso não é raro entre muitos dos portugueses que continuam a ir até Badajoz para efectuarem uma IVG. [...]
Leia a notícia na íntegra em: