sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

2007: Aborto, infertilidade e vacinas marcaram sector Saúde, in Diário Digital 25.12.2007

No ano em que foi publicada a legislação que quer acabar com o fumo nos recintos fechados - através de medidas que entram em vigor no primeiro dia de Janeiro -, a saúde concretizou a liberalização do aborto e disponibilizou o sector público para acolher as mulheres que o pretendam fazer até às dez semanas.
Com esta prática, o governo concretizou a vontade dos portugueses expressa por referendo.
O ano que agora termina começou com os protestos contra as novas taxas moderadoras (para cirurgia de ambulatório e internamento) , as quais deveriam ter entrado em vigor no primeiro dia de Janeiro, o que só aconteceu em Abril.
Depois de um ano (2006) marcado pelo encerramento das maternidades, 2007 fica igualmente assinalado pela reestruturação da rede de urgências e a polémica em torno do encerramento de alguns serviços, preconizado por um grupo de peritos.
O ministro António Correia de Campos - que cumpriu o terceiro ano à frente da pasta da Saúde - terá 2008 para mostrar que a reestruturação faz sentido e convencer os autarcas que tem razão.
O anúncio do apoio aos casais inférteis e da comparticipação dos tratamentos com recurso à Procriação Medicamente Assistida (PMA), feito pelo Primeiro-Ministro do Parlamento, e da inclusão da vacina contra o vírus que causa o cancro do colo do útero, foi positivamente acolhido pelos portugueses que esperam agora a concretização das medidas.
O Ministério da Saúde comprometeu-se ainda a entregar cheques-dentista no valor de 120 euros a cada grávida seguida nos centros de saúde e no valor de 80 euros para os idosos abrangidos pelo complemento solidário.
Serão abrangidas ao todo cerca de 65 mil grávidas e 90 mil idoso e, no que respeita às crianças, o programa de saúde oral, que actualmente abarca 60 mil crianças, será estendido a outras 20 mil entre os sete e os 12 anos.
Em 2007, começou finalmente a funcionar o call-center da saúde, a Linha Saúde 24, que garante ter já evitado idas às urgências hospitalares de casos não urgentes, mas não está ainda contabilizado o seu impacto real.
Para avançar no primeiro dia do próximo ano está a legislação que proíbe o fumo nos recintos fechados e visa a protecção dos não-fumadores.
Anunciada por António Correia de Campos em Março deste ano, a nova legislação pretende libertar de fumo recintos como bares e restaurantes e promete multas pesadas para quem não cumprir.
Por cumprir na totalidade continua a reestruturação dos cuidados de saúde primários, com mudanças prometidas para 2008.
O sector farmacêutico contou com algumas mudanças no ano que agora termina, como a possibilidade de venda de produtos em «saldo» e o anúncio de novos serviços - como a administração de vacinas - para breve.
No próximo ano deverá entrar em vigor a venda de medicamentos pela Internet.
Diário Digital / Lusa
25-12-2007 10:55:00