quarta-feira, 25 de março de 2009

10 Anos do Dia Mundial da Criança não Nascida

“Silêncio! Todo o Universo está ali – dentro de um berço!”
(Miguel Trigueiros)

Celebra-se hoje o 10º dia Mundial da Criança Não Nascida, o dia de sensibilização do homem para a verdade da menina por nascer, a menina que acorda e dorme, brinca e se angustia, ouve e vê, bebe o líquido amniótico quando está mais doce e faz caretas quando está amargo, sente amor e dor, desde as seis semanas, foge do abortador, enquanto tem pernas, carrega a mãe de penas, quando não chega a nascer, condenada pelo horror do pai, pelo patrão da mãe, pelos avós que deixa sós, pelos sogros prospectivos desta sociedade sem tios. Hoje lembrámos a menina desconhecida, morta numa guerra que nunca foi dela, no meio de dores com 8 semanas de Terra.Lembramos a mãe da menina, a quem a lei protegia, a quem o Estado abandonou, a quem ofereceu um aborto, a quem em sangue tramou. Lembramos o pai da menina que seduziu, acarinhou, sugeriu, pediu, mentiu amor para sempre em troca de um aborto agora, chantageou, ameaçou, agrediu, arrastou, obrigou, forçou, pagou e sangrou, a sua própria filha, que dormia e sonhava enquanto brincava.Lembramos quem matou a infâmia das raças sem direitos; das mulheres sem direitos.Porquê a infâmia das idades sem direitos?

Ninguém responde?

Lisboa, 25 de Março de 2009

Website: www.juntospelavida.org

Campanha dos Bispos espanhóis contra o aborto

Fonte: http://www.elconfidencialdigital.com/Articulo.aspx?IdObjeto=20022

Espanha: Bispos lançam campanha contra o aborto

A Conferência Episcopal Espanhola (CEE) lançou uma campanha com o lema “Protege a minha vida”, destinada a promover a luta contra o aborto. A Igreja Católica no país vizinho celebra a 25 de Março uma “Jornada pela vida”.
O cartaz da campanha (30 mil exemplares distribuídos nas paróquias e centros católicos) apresenta um bebé e um lince ibérico, espécie protegida, com uma pergunta “E eu?”.
Para os Bispos, as alterações legislativas em estudo no país “darão lugar, se aprovadas, a uma situação em que aqueles que vão nascer ficarão ainda mais desprotegidos do que com a actual legislação”.
A CEE lamenta que “a aceitação social do aborto esteja a aumentar”.
“Na nossa sociedade é cada vez maior a sensibilidade sobre a necessidade de proteger os embriões de diversas espécies animais. As leis tutelam a vida dessas espécies nas suas primeiras fases de desenvolvimento. É bom que assim seja, embora acabe por ser paradoxal que a vida da pessoa humana que vai nascer seja objecto de uma desprotecção cada vez maior”, dizem os Bispos católicos de Espanha.

ELUANA

«FAZIA-NOS FALTA UMA CARÍCIA DO NAZARENO»

«A existência é um espaço que nos ofereceram e que devemos encher de sentido,
sempre e seja como for» (Enzo Jannacci, Corriere della Sera, 6 de Fevereiro de 2009).
Mas uma vida como a de Eluana pode-se encher de sentido? Ainda tem significado? A
morte de Eluana não fechou a porta a estas perguntas. Pelo contrário. Não acabou tudo,
como uma derrota da esperança para quem a queria ainda com vida, ou como uma
libertação para quem já não achava suportável aquela situação. Exactamente agora o
desafio faz-se mais radical para todos.
A morte de Eluana urge como um aguilhão: como é que cada um de nós colaborou para
encher de sentido a sua vida, que contributo deu àqueles que estavam mais directamente
atingidos pela sua doença, a começar pelo o seu pai?

Quando a realidade nos põe entre a espada e a parede, a nossa medida não é capaz
de oferecer o sentido de que temos necessidade para avançar. Sobretudo, diante de
circunstâncias dolorosas e injustas, que não parecem estar destinadas a mudar ou a
resolverem-se, vem-nos a pergunta: que sentido tem? Será a vida talvez um engano?
O sentido de vazio avança, se ficamos prisioneiros da nossa razão reduzida a medida,
incapaz de suportar o embate da contradição. Encontramo-nos perdidos e sozinhos com
a nossa impotência, com a suspeita de que no fundo tudo é nada.
Podemos «encher de sentido» uma vida quando nos encontramos diante de uma pessoa
como Eluana? Podemos suportar o sofrimento quando supera a nossa medida? Sozinhos
não somos capazes. É preciso embater-se na presença de alguém que experimente como
cheia de sentido aquela vida que nós ao contrário vivemos como um vazio devastador.

Nem sequer a Cristo foi poupado o pavor da dor e do mal, até à morte. Mas o que é
que n’Ele fez a diferença? Era melhor do que nós? Tinha mais energia moral do que
nós? Não, a tal ponto que no momento mais terrível da prova pediu para que Lhe fosse
poupada a cruz. Em Cristo foi derrotada a suspeita de que a vida fosse em última análise
uma derrota: venceu a Sua ligação ao Pai.
Bento XVI recordou que para esperar «o ser humano necessita do amor incondicionado.
Precisa daquela certeza que o faz exclamar: “Nem a morte nem a vida…, nos poderá
separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus” (Rom 8, 38-39). Se existe este amor
absoluto com a sua certeza absoluta, então – e somente então – o homem está
«redimido», independentemente do que lhe possa acontecer naquela circunstância.»

A presença de Cristo é o único facto que pode dar sentido à dor e à injustiça.
Reconhecer a positividade que vence cada solidão e violência só é possível graças ao
encontro com pessoas que testemunham que a vida vale mais do que a doença e a morte.
É o que foram para Eluana as irmãs que a acudiram por tantos anos, porque como disse
Jannacci, também hoje «fazia-nos falta uma carícia do Nazareno, teríamos assim tanta
necessidade de uma sua carícia», daquele homem que há dois mil anos disse, voltando-
se para a viúva de Naim: «Mulher, não chores!».

Comunhão e Libertação
10 de Fevereiro de 2009

segunda-feira, 16 de março de 2009

Dois anos de aborto: apelo à solidariedade do poder local

Isilda Pegado
In Público - 14.03.2009

A experiência mostra que é possível ajudar mulheres e homens em circunstâncias difíceisDesde que foi liberalizado o aborto, mais de 22.875 crianças deixaram de ver a luz do sol, porque foram abortadas. É o número da nossa vergonha! Que seria deste país com mais 22.875 crianças? Quantas salas de aula, infantários e creches não teriam de abrir para estas 22.875 crianças? Quantos professores teriam emprego ao dar aulas a 22.875 crianças? Quanta alegria teríamos ao dar de comer a mais 22.875 crianças?
A lei foi a ferro e fogo imposta ao país e as vítimas aí estão - somos hoje uma sociedade mais pobre e menos solidária, mais violenta e menos ousada. As vítimas são também, muito em particular, as mulheres (mais de 22.000) que no último ano e meio se submeteram ao flagelo de ir ao centro de saúde, receber uma "guia de marcha" ou credencial que as conduziu ao aborto. Quantas mulheres o fizeram sob ameaça? Quantas o fizeram sob pressões sociais? Quantas mulheres o fizeram solitariamente? Quantas tiveram uma mão amiga, um ombro ou um gesto de carinho que lhes apontasse outro caminho? Quais as respostas sociais a este flagelo? O Estado oferece o aborto. Ponto. Porém, não baixamos os braços.
Muitos de nós, nas instituições de apoio à vida, temos estado ao lado de mulheres que caminhavam para o aborto e têm hoje consigo o filho ou a filha, com muita alegria. A experiência mostra que é possível ajudar mulheres e homens em circunstâncias difíceis. É um imperativo de solidariedade. É um trabalho difícil, mas com um retorno e uma nobreza incomensuráveis.
Por isso, apelamos a todos aqueles que disseram "não ao aborto" (mais de 1.700.000 portugueses) para que, no seu local de trabalho, no seu grupo de amigos, de relacionamento, na colectividade a que pertencem, no centro de saúde onde são utentes, estejam atentos, informem e intervenham ao lado de cada mulher que está em vias de fazer um aborto. Que nos organizemos em pequenos grupos (duas a três pessoas) para, pelo menos, dar uma palavra amiga, de coragem e de ajuda, a cada mulher que está em risco de aborto e também àquelas que o fizeram e agora descobriram as suas terríveis sequelas. Ninguém é feliz sozinho. O sofrimento que vive paredes-meias connosco é também uma dor nossa.E, por fim, um forte apelo aos 308 presidentes de câmara, aos 4259 presidentes de juntas de freguesia do meu país. As mulheres do vosso concelho, da vossa freguesia precisam de ajuda, quando em risco de aborto.
É preciso criar em cada freguesia, em cada concelho estruturas de apoio às mulheres em risco de aborto. Senhores presidente de câmara, tendes ao vosso dispor as comissões de Protecção de Crianças e Jovens que podem lançar mão deste trabalho. Senhores presidentes de junta de freguesia, os gabinetes de atendimento podem ajudar a que a vossa freguesia dentro em breve tenha mais felicidade na cara de cada mulher e tenha mais crianças e mais jovens nas creches e nas escolas. Bastará criar o apoio, noticiar a oferta, informar os centros de saúde e hospitais e tudo será diferente.Perante o vazio de respostas do poder central, vamos mostrar que o poder local é solidário e amigo da vida. Presidente da Federação Portuguesa pela Vida